domingo, 4 de agosto de 2013

Se o céu não é azul, de que cor será? [Divagando enquanto escuto música...]

Já escutou  alguma música que te deixou com a sensação de estar escutando uma composição das mais lindas, e ao mesmo tempo, te deixa a sensação de uma enorme tristeza?

Algumas músicas tem esse dom... bem, não sei exatamente se é um dom...
Estou falando da composição de Kenji Kawai para o filme  Sukai Kurora... linda música, mas apesar de ficar a manhã toda tentando descobrir o significado do nome, andei meio que em círculos, talvez até, porque estivesse escutando a própria, enquanto tentava fazer algumas coisas, inclusive escrever esse texto... também não sei o nome da música... [vergonha isso... ¬¬ ]
Ao mesmo tempo em que minha mente ainda gira em torno dessa linda melodia, muito bem executada com arranjos de harpa, cítaras e talvez sintetizadores,  divagava tentando entender a essência dessa história...

Essa é uma produção do ano de 2008, então nem podemos considerar lá 
do fundo do baú, ainda é recente...  a arte fotográfica prima pela perfeição... os gráficos, os efeitos especiais... talvez sejam demais para a história em si... [e eu disse: talvez... ]



O filme foi adaptado do romance de Hiroshi Mori, cujo título é o mesmo...  as interpretações, ou traduções literais do título nos dão uma vaga ideia do contexto do filme, pois em inglês  a tradução ficou sendo: The Sky Crowlers, e em português acrescentaram somente o termo: Eternamente.

Então podemos entender que a história aborda as aventuras de pilotos considerados  rastreadores do céu, que no contexto do filme, são eternamente jovens... mas, tentando eu minhas incursões pelo tradutor automático online do google, [ que muita gente diz que é ruim, mas não é... só precisa saber escrever direito, conhecer o básico da gramática e saber como se usa um tradutor, que também é básico... >.< ... enfim...] o título original leva a crer que a interpretação trata de um tema mais denso, e talvez mais condizente com a história, pois ficaria algo parecido com: céu negro...

O filme é meio confuso... ou nos deixa meio [nem pense em acrescentar um “s”  a esse “meio” aí... ¬¬ ] confusos... no início fiquei um tanto insegura por me sentir meio que perdida na história... depois,  comecei a pesquisar a respeito, e percebi que eu não era a única...

Eu não li o romance... mas tenho certeza que é impossível encaixar o contexto de um livro [se é que é um livro, pois pode ser um mangá... sei lá... faltam-me informações... ] em um filme de aproximadamente duas horas.

Apesar de bem estruturado e escrito, o roteiro nos exige uma atenção redobrada devido ao que está disfarçado nas entrelinhas... a narrativa é um tanto lenta, o que poderá causar tédio, e até algum sono em alguns;  sendo que esse ritmo só é quebrado durante as batalhas aéreas, que diga-se de passagem, não são poucas...

Há um pouco de suspense e mistério... mas não é aquele suspense dos filmes de Hitchcock, ou dos contos de Stephen King... não sei se eu conseguiria explicar esse tipo de suspense... não é o suspense susto, é o suspense ansiedade... ^_^ ... acho que isso é o máximo em  que eu consigo chegar...

Contudo, fica a sensação de que alguma coisa não foi contada... que está “faltando um pedaço...” , que o roteiro poderia ter sido melhor explorado. 

Normalmente a opinião de quem assiste nunca é a mesma de quem dirige ou desenvolve o roteiro... ^_^

Como é um filme sobre batalhas aéreas, no que me toca eu ficaria escutando a trilha do filme, em meio às nuvens... eventualmente olhando o mar lá de cima... mas não gostaria de ser pega de surpresa pelo inimigo... ^_^ ... é sobre esse suspense que eu estava falando... você nunca sabe quando ele vai aparecer... só sabe que o objetivo dele é o mesmo que o seu: abater seu oponente...

Sim... – Mas... que inimigo?

Ahhh... é aí que a gente começa a entrar na história... todas as sinopses, talvez porque uma copie da outra, e todas copiem do site oficial [não visitei... ¬¬] ou mesmo da Wikipédia, contam de forma breve o conteúdo do filme.

A história tem poucos personagens, e tudo indica que é ambientada em um mundo alternativo – [a confusão começa aí...] – porém nesse mundo, países e continentes são nomeados da mesma forma que no mundo que conhecemos...

Eu diria que a paisagem é a mesma,  então creio que o alternativo se aplique ao fato de que é possível desenvolver humanos a partir da engenharia genética... mas esse é um aspecto que não é frontalmente abordado... pressupõe-se, ao longo da história que a população jovem seja mantida através de clonagem, mas nenhuma dessas questões são abordadas explicitamente...

O mundo vive em paz... aparentemente...  grandes corporações contratam  jovens pilotos para executarem treinos , que são verdadeiras disputas aéreas, visando garantir seu poder e supremacia... Esses treinos, são na verdade, batalhas cruéis que decidem quem vive, quem morre... quem ganha, quem perde...  As corporações e as nações realizam um verdadeiro jogo de poder, através de atos de guerra dissimulados... e os jovens pilotos são as ferramentas para manter esse suposto equilíbrio entre os governos e suas corporações...

Detalhe: considero essas batalhas extremamente sangrentas, pois, pelo que pude perceber, abater o avião não é suficiente... os pilotos quando tem a oportunidade de se ejetar do cockpit, são sumariamente executados em pleno ar pelo oponente... é preciso garantir que o piloto abatido não vai sobreviver... [  “minha alma gelou...”]

Nesse ponto percebemos que essa não é uma história apenas para se distrair, mas um apelo a reflexão sobre o caminho ao  qual a humanidade pode ser conduzida... é uma narrativa, como já disse antes, um tanto lenta... e os diálogos não são a melhor pista sobre as dúvidas e incertezas suscitadas...

Vez por outra, temos mesmo a sensação de que nada faz sentido... que a intenção do diretor  Mamoru Oshii é apenas nos fazer surtar com um quebra-cabeças, que aos nossos olhos não vai ser concluído... mas apesar das peças dispersas nesse labirinto de ideias, lá no finalzinho do túnel, é que percebemos o que vinha sendo mostrado lentamente no transcorrer do tempo... [“ A verdade está lá fora...” ].

Vez por outra penso que a verdadeira intenção do diretor é brincar com a mente humana, usando um jogo de suposições e interpretações, que inicialmente dão à quem assiste, a impressão de estar andando em círculos... e pra ser sincera, eu levei um tempo pra entender como terminaria esse filme... e só depois é que me dei conta de que ainda não havia entendido direito a mensagem... [talvez fosse o efeito colateral da música... linda... linda... linda...] Só percebi mesmo, qual seria o desfecho da história no último momento... isso me fez lembrar de Ghost In The Shell, do mesmo diretor... a mesma maneira de conduzir a narrativa... tenho que reconhecer que é brilhante... você pensa que está indo em uma direção, mas sem que perceba, está sendo levado em outra...

Enfim... é um filme sobre o qual eu tenho a impressão que vou falar muito, sem realmente dizer alguma coisa interessante... ou seja, é preciso ver e tirar suas próprias conclusões...

Sobre os personagens, eu realmente não sei como, ou o que descrever... em princípio tive a nítida impressão que nenhum deles fazia sentido, que seriam apenas pessoas como outras quaisquer, dessas que você nem percebe quando passam na rua...  Bem... poderiam mesmo ser...

A questão é que o “drama” de um, parece ser exatamente o dos demais... ou seja, as aflições que bombardeiam a mente de qualquer um desses jovens, é comum a todos os jovens pilotos... porém, os dias se passam entre silêncios sufocantes e sorrisos inexpressivos... Quando surge uma pergunta direta, não há uma resposta, o assunto é ignorado, como se não fosse permitido pensar sobre o que acontece na vida...

Outro detalhe é que nas sinopses que eu encontrei por aí, esses mesmos pilotos são adjetivados de “crianças” ou “adolescentes”...  eu não classificaria dessa forma... porém...  é fato que eles dificilmente chegarão a uma determinada idade... mas é óbvio também o porque de não envelhecerem... não somente por serem filhos de laboratório, mas principalmente porque serão colhidos por alguma fatalidade em batalha...

A ação do filme tem início com uma batalha aérea... isso pode levar à ideia equivocada que o roteiro gira em torno de batalhas infindas... mas não é bem assim. O personagem de destaque é Kaname Yuichi, um jovem piloto com habilidades excepcionais em voo...  Nessa hora eu penso: “Deve haver alguma abordagem psicológica profunda sobre o personagem...”  Também não é bem assim...

Kaname  não personifica nenhum padrão de abordagem, ele apenas vive um dia de cada vez... exatamente assim, como se não houvesse um passado, ou um futuro... ou talvez ele sinta como se realmente a única coisa que tivesse é o momento presente, aquele exato momento em que ele respira e seu coração pulsa... não me pareceu que Kaname  tivesse alguma expectativa em relação ao futuro, nem arrependimentos em relação ao passado...

Curiosamente, esse é um questionamento que surge com uma personagem cuja entrada só acontece depois da primeira metade da história... e novamente eu tenho a sensação de que ele só ouviu o desabafo da colega silenciosamente, porque jamais encontrou respostas para tais questionamentos... sequer ele teria conseguido formular questões existenciais tão precisas... ele apenas vê, presencia, ou vivencia os fatos sem ousar analisá-los...

Em meio a uma vida tranquila e aparente paz, existe um conflito sangrento, travado além das nuvens que decide o poder econômico das nações... [ousei comparar com a Guerra Fria... ], e ao que tudo indica, essas batalhas não são travadas por pessoas comuns, do povo... são jovens treinados especificamente para esse fim... foram “gerados” com esse objetivo... tive a impressão que suas vidas, na verdade, não pertence a eles... eles não têm família... e apenas cumprem ordens...

Essa ideia me incomodou bastante... mas não me sinto inclinada a entrar nesses méritos... não agora...

Enfim... eu vou encerrar esse post  ressaltando a magnitude da trilha sonora... [eu já escutei “trocentas” vezes e estou tendenciosa a escutar mais “trocentas”...  >.< ] A meu ver é muita música pra pouco filme... ou seja, nada a ver... enfim... o que deu clima a essa produção foi mesmo a trilha sonora... ^_^ ...

Assista o filme e tire suas próprias conclusões...

Até a próxima...





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