Anime não é conto de fadas... mas bem que poderia ter um final
feliz...
Só que... não é bem assim
que acontece... ¬¬
Você, caro leitor... já reparou nisso há tanto tempo quanto
eu... [bem... talvez nem tanto...hehehehehe...]... mas com certeza já viveu a
frustração de um final infeliz naquele anime, no qual você apostou todas as
suas fichas...
Triste isso... mas é a mais pura verdade...
Nós poderíamos aqui levantar as mais diferentes respostas a essa
questão: “porque a grande e esmagadora maioria dos animes, não tem um final, no
mínimo, satisfatório?”
Eu posso contar nos dedos, os animes cujo final considerei
realmente um final feliz... olha, sobra dedo, viu... >.< ... os que
considero com um final satisfatório, não passam de 15... os que me deixaram
decepcionada, perdi a conta, junto com os que me deixaram muito
decepcionada...
Já os que eu odiei tudo, dá pra fazer uma listinha básica...
>.<
Eu não creio que esse contexto seja só uma questão de diferença
cultural... acho que vai um pouco mais além, mas eu realmente não consigo situar-me na questão...
Não... não creio mesmo que seja somente uma questão cultural...
porque festival de vilões imbatíveis é o que não falta na mente dos roteiristas
mundo afora...
“Mocinhas” que passam a vida a sofrer todo tipo de mazelas pra conquistar um final feliz – que diga-se de
passagem, nos animes quase nunca acontece – também é o que não falta mundo
afora...
Duelos intermináveis entre o bem e o mal... isso então, chega a
ser cansativo...
A fórmula se repete... mas a gente fica lá, com o olho grudado
na tela, até o último segundo, na esperança de que o “bendito” [ou não...
>.<] roteirista, tenha captado a mensagem telepática de meio mundo de
amantes do tal de final feliz...
E quando o final que acontece, não está nem para feliz, nem para
infeliz?
Ou ainda mais confuso... se o final foi meio feliz e você não
entendeu?
Mas aonde vamos chegar com toda essa conversa?
Na história sobre a qual vamos discorrer hoje... [“vixi”...
gostaram do discorrer? >.< ... éééééé... caro leitor... ao mesmo tempo
que estamos tentando dar uma roupa nova para a nossa narrativa, vamos nos
equilibrando entre o clássico e o contemporâneo... mas deixando a conversa nada
a ver de lado... >.< ]
Acabamos de assistir esse anime... não é muito recente, pois foi
produzido no ano de 2006, e isso é perceptível até mesmo pela análise do
designer gráfico que, provavelmente não agradará aos “chatotorix” de plantão e carteirinha...
poderá incomodar um pouco os olhos mais exigentes, ou mais críticos... mas remete em muito o
traço de Rayearth... e como eu ainda não levantei a ficha técnica da grande e
esmagadora maioria dos animes que assisti... não posso e não devo afirmar se é
ou não mera semelhança...
O que importa é que, a despeito de qualquer opinião em
contrário, eu considero uma obra de arte...
Isso não é novidade... se eu gosto de um anime, eu sempre
considero que todo o conjunto é uma obra de arte... sou tendenciosa, sim... dá licença? >.<
Sim... veja que esse anime já tem aí uns oito anos de lançado...
porém... ultimamente damos preferência aos animes mais “antiguinhos”,
por considerar que têm mais conteúdo... menos rótulos... menos clichês... menos
apelação... e podemos considerar também
algumas peculiaridades da história... claro... talvez meio clichê sim...
contudo, não tira o mérito do roteiro, da direção, da produção de uma forma
geral... ^_^
Uma história simples, contada de maneira simples, sem muitos
rodeios... mesclando de forma inteligente as lembranças em flashback, aos fatos
vivenciados pelas personagens no tempo presente da história... e claro... não
poderia faltar o aspecto sobrenatural, tornando o contexto mais atrativo.
Através das personagens vamos delineando as características
comportamentais do ser humano e suas nuances... principalmente quando aborda
comportamentos egoístas... isso mesmo... acho mesmo que essa história retrata o
egoísmo em oposição ao amor incondicional...
Definitivamente, é uma história que me levou a refletir sobre a
maneira como as pessoas amam... e eu fiquei
perplexa... Mas é também, uma história de descobertas, de concessões...
de renúncia...
Uma história que nos leva a perceber inequivocamente que, é
preciso estar preparado para perder alguma coisa, quando se quer ganhar outra...
É matemática... é simples... inevitável..
Em algum momento eu fiquei meio revoltada com a atitude de
alguns personagens... mas... essas atitudes retratam muito bem o comportamento
humano, e isso faz com que o anime nos dê a sensação de estar vivendo aquela
história... passando por todas as situações junto com as personagens...
É muito realista, e isso comprova a competência da direção
de Sakurabi Katsushi.
Asatte no Houkou não é uma história na qual se deva depositar
muitas expectativas... é um drama psicológico que questiona as decisões do ser
humano... a forma como ele vivencia os próprios sentimentos... e maneira como
tenta conduzir as situações nas quais se encontra...
A história é adaptada do mangá, como a grande e esmagadora
maioria dos animes... e claro, tem seu lado fantástico, mágico, místico... ou
seja... envolve tons de sobrenatural criando um clima diferenciado sem parecer
absurdo... mesmo que seja... >.<
É uma história que fala de expectativas, de esperanças, de
frustrações, medo, mágoa e sinceridade... nada de ação, suspense e
pancadaria... aqui estamos apenas diante de águas serenas...
superficialmente... as fortes correntes estão abaixo da superfície...
Em princípio, as personagens podem ter um ar de incoerência...
mas essa é uma breve impressão, pois ao longo da história a personalidade de
cada um vai se definindo, vamos
percebendo as nuances de seus “porquês” e “poréns”... suas singularidades e
sutilezas... e o que, em princípio poderia ser uma leve antipatia, acaba sendo
justamente o contrário...
Apesar da narrativa morna, pois não é um anime de suspense e sim
um ‘slice of life’, a cada episódio eu
sentia aquele impulso incontrolável de querer saber o que aconteceria no
momento seguinte...
Não é que o anime seja extraordinário... legendário... ou
qualquer outra coisa parecida...
aliás... essa coisa de personagens que trocam de lugar um com o outro,
ou trocam de idade... ou trocam de qualquer outra coisa, é bem comum... só que
nesse anime aqui, a comédia que resulta desse fator troca, é secundária... o
anime foca no drama das personagens, seus objetivos, suas motivações, suas
frustrações e inseguranças...
Apesar do aspecto fictício, a história nos mostra situações que
poderiam estar acontecendo em nossa vida, ou com alguma pessoa que conhecemos...
mostra os dramas reais de pessoas comuns...
A forma com que a vida levou essas pessoas a resolverem suas
questões é que se mostra surreal... mas talvez seja justamente esse aspecto que
me prendeu a atenção... é um drama
carregado de emoções e situações místicas...
A história é boa... nada além disso... com personagens bem
constituídos, extremamente humanos... são tão humanos que chega a ser
irritante... >.< ...
Os detalhes da ficha técnica estão na nossa velha conhecida
Wikipédia...
Direção:
|
|
Roteiro:
|
Seishi Minakami
|
Musica:
|
Shinkichi Mitsumune
|
Estúdio:
|
A história é centrada na vida de Iokawa Karada, que vive com seu
irmão mais velho, desde a morte de seus pais... Apesar de muito jovem, Karada é
bem responsável e muito atenciosa com as tarefas domésticas e escolares.
Não obstante sua gentileza e alegria, Karada tem guarda em seu
coração o fato de sentir um fardo para seu irmão... e a partir desse fato, sua
vida sofrerá uma reviravolta que definirá não só o seu futuro, mas influenciará
a vida das pessoas ao seu redor.
Nogami Shoko é a outra personagem central dessa história... e
seu envolvimento com Hiro só será mostrado em detalhes gradativamente...
Mas quem é Hiro? O irmão da nossa sensível Karada...
Mas os envolvimentos não param por aí... ainda vamos encontrar
nessa teia de emoções o jovem Amino, amigo de infância de Karada... de
temperamento um tanto explosivo, nosso personagem não poupa esforços pela
felicidade da amiga, e sempre tenta esconder seus verdadeiros sentimentos...
Tetsumasa é ainda o mais sincero entre todos... inclusive os demais que compõe os núcleos
familiares...
Uma personagem que é original do anime, a jovem Shiozaki Kotomi,
apesar de parecer despreocupada, está sempre disposta a ajudar seus amigos...
de caráter gentil, é uma jovem espontânea e corajosa... e bastante
energética... >.<
Asatte no Hōkō
ou Asatte no Houkou, pode não ser, na opinião de alguns, uma obra de arte, mas certamente é um anime interessante com um roteiro bem
construído, e uma direção sensível...
São apenas doze episódios, então todos os aspectos são abordados
sem aquela trágica “enrolação” , comum aos dramas... e acredite... você vai
encontrar uma dose surpreendente de drama nessa história que provavelmente
agradará aos amantes do gênero.
Eu recomendo... ^_^
Até uma próxima...
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