segunda-feira, 23 de março de 2015

Usagi Drop

O que exatamente o nome desse anime tem a ver com o contexto? O.o... apenas um pequeno detalhe... mas mesmo assim considerei sem noção... até onde sei usagi é coelho. Já drop tem uma penca de significados, entre eles, gota, pingo, cair... a lista é realmente grande...

Em algum lugar não sei mais onde, li que o título faz referência a pequenos comprimidos azuis equivalentes ao viagra... 

Tudo isso continua meio sem noção, no meu entender... 

Quando comecei a assistir o primeiro episódio, mesmo tendo lido alguma coisa a respeito, eu pensei... – “ Afffff... lá vem mais um desses animes com arte gráfica estranha... “ – pois é estranho mesmo... Contudo... lembrava aquelas aquarelas do jardim de infância... meio nostálgico... meio sei lá o que...

E tentando não ser muito exigente em relação a detalhes, embarquei na história... no visual... no aspecto emocional que foi muito bem abordado no decorrer dos poucos onze episódios e quatro pequenos especiais que contam a história da pequena Kaga Rin e seu sobrinho Daikichi...


Uma emocionante história sobre abandono, insegurança, dúvidas e amor... um amor que está além do nosso entendimento... afinal... só um coração sensível pode compreender as nuances de um amor que não exige nada em troca...

Originalmente Usagi Drop é um mangá e foi publicado de 2005 a 2011, pela revista Feel Young, sendo que o anime só foi produzido em 2011.



Apesar da classificação oficial, eu diria que este anime está mais para drama, - eu chorei muito – do que para comédia, apesar dos momentos hilários proporcionados pelo  “trintão” e “solteirão” convicto – Daikichi –  por conta da sua total inexperiência como “pai”.




O ponto de partida da história é o falecimento do avô de Daikichi, quando a família descobre que o ancião tinha uma filha ilegítima.

Vamos fazer um parêntesis aqui – tenhamos em mente que os padrões de legitimidade no Oriente e Ásia são bem distintos dos nossos. Daí que o fato do “vovô” ser viúvo, e ter registrado a menina, aparentemente não representa absolutamente nada para a família.

Fato é que a família de Daikichi sentiu-se ludibriada, ofendida mesmo, relativamente à questão da existência de uma criança que eles julgaram indesejada...

E eis que enquanto tal família ponderava sobre o futuro da criança, uma onda de revolta se apodera do nosso [quase anti] herói, que impulsivamente se propõe levar a pequena Rin para sua casa, a fim de dispensar-lhe cuidados e educação necessários, para espanto e indignação de todos os seus parentes.

E assim, vamos acompanhando o evoluir de um relacionamento familiar, que em princípio, tinha tudo para ser um grande desastre... mas a Rin é muito fofa... e Daikichi... bem... Daikichi é “um cara legal”... >.< ... e mesmo depois que “caiu a ficha”, percebendo o quão imaturo e impulsivo havia sido, esse “sobrinho-pai” está disposto a proteger a pequena Rin, e dar-lhe um lugar que ela possa sentir como seu lar...

E é por esse aspecto dedicado... obstinado mesmo, determinado a superar todas as dificuldades e a trazer um pouco de felicidade para a Rin, que amamos o Dakichi... *.*

E apesar da aparência gráfica de uma aquarela infantil, o conteúdo desse anime é riquíssimo, abordando assuntos como a maturidade ou falta dela para se assumir um filho, os sacrifícios que os pais precisam fazer para dar uma boa educação e uma vida relativamente segura para seus filhos... os momentos gratificantes sob o olhar dos personagens que enriquecem a história... podemos constatar que há um roteiro sério por trás dos traços simples da arte gráfica... o que nos leva a pensar se essa não era a real intenção dos produtores, a fim de chamar mais a atenção para a história em si.

Kamei Kanta, o diretor, soube preservar todos os aspectos da história, conduzindo a narrativa sem deixá-la entediante, e ao mesmo tempo, apesar do ritmo lento para quem gosta de águas agitadas, mantém presa a nossa atenção.

Foi um anime lamentavelmente pequeno para a grandeza de conteúdo...

Direção: Kamei Kanta
Estúdio:  Production I.G.
Ano: 2011
Gênero: Drama, comédia, cotidiano.
N° de Episódios: 11
Página de Consulta: Wikipédia
Personagens

Kawachi Daikishi – solteirão convicto de 30 anos, vive sozinho até levar a pequena Rin para sua casa. Apesar da “solteirice”, eventualmente Daikichi questiona sua opção, ou melhor... eu não diria que foi uma escolha absoluta... Talvez nosso solteiro de plantão não tenha encontrado a pessoa que lhe fizesse acelerar o coração, pois, é possível perceber que vez ou outra Daikichi repara nos casais que atravessam seu caminho ocasionalmente.

Refletindo sobre essa questão, creio que Daikichi fez sua escolha baseado em observações superficiais da vida de casados das pessoas de sua própria família...

Ele é um sujeito um tanto reservado e quando passa a conviver com a Rim, percebe que seu insulamento o deixou totalmente despreparado para qualquer tipo de vida em comum, ou de relacionamentos sociais e familiares mais profundos.

Daikichi precisa voltar a se conhecer e reinventar a própria vida...




Kaga Rin – tem seis anos de idade e se vê órfã repentinamente... seu pai é o avô de Daikichi, o que deixaria a cabeça de qualquer criança, um tanto confusa, mas não dessa criança.

Rin é uma menia tímida,  porém muito antenada com tudo que acontece a sua volta, inteligente além da sua idade, e acima de tudo, sensível sem ser mimada.

Não saberia dizer se a educação refinada de Rin tem mais a ver com sua própria timidez, ou se pela vida austera  de ter um pai com idade pra ser seu bisavô...  Não que o pai lhe fosse uma pessoa áspera, muito pelo contrário, fica bem claro que o “avohai”  >.< dispensa-lhe bastante carinho e atenção... Mas a menina foi criada sem a mãe por perto, daí talvez venha a maturidade precoce da garotinha.

Existem os demais personagens como a mãe e a irmã de Daikichi, uma prima dele e da Rin, a própria mãe da garotinha que aparece em algum episódio, o novo amiguinho que ela faz na escola e a mãe do mesmo...  Personagens que nos ajudam a perceber que tipo de pessoas queremos e não queremos ser, e as nossas reais possibilidades...

De todo esse contexto, conclui-se que não é apenas Rin quem estará crescendo nessa história... aliás, uma história real de crescimento, de aprendizado, de ensinamentos para a vida... de construção de amor...

Como eu disse antes, uma história pequena para muito conteúdo.


Por enquanto é isso... até a próxima...





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